Devaneio e realidade: silêncio, sombra, saudade

Written by Jorge Ferraz on February 6th, 2011

“Devaneio e realidade”, como canta a Teresa Tarouca. Silêncio, sombra, saudade. É domingo. É dia de descansar. Ainda algumas lembranças do final de semana… deitado, em casa, vendo o tempo passar. “À toa na vida”. Muito, é censurável; mas, às vezes, é necessário. Deixem-me aqui.

Algumas lembranças. De “Cisne Negro”, que assisti sexta-feira! Filme nervoso. “Devaneio e realidade”, sem dúvidas. Filme tenso. Perturbador. Comentava sobre ele ontem, no casamento; a discussão era, justamente, sobre a impropriedade de classificar os filmes em “gêneros”. Este, por exemplo, tecnicamente é “drama”… mas é drama mesmo? Possui drama, sem dúvidas. Mas possui terror, possui suspense, possui erotismo, possui dança, possui romance… possui muita coisa. Como eu dizia ontem, aquele filme… é trash. Sustenta-se ele na minha cabeça por três pilares negativos: eu não sei classificá-lo em nenhum gênero. Eu não sei dizer se gostei do filme. Eu não sei se o recomendaria a alguém. É perturbador.

Enfim, domingo de lembranças. Sábado de ABC: Aniversário no início da tarde, Batizado de tardezinha, Casamento de noite. Amigos diversos em lugares distintos. Bons amigos… e talvez por isso o marasmo dominical. Uma espécie de ressaca sentimental, a solidão que se apresenta com cores mais fortes por conta do forte contraste com o dia anterior: com o dia repleto de amigos de uma ponta a outra, alguns que eu vejo sempre, outros que eu não via há tempos, todos queridos.

Silêncio. Sombra. Saudade. Saudade, silêncio e sombra. É o ocaso do fim de semana, que foi tão bom…! Mas sempre vale. A saudade é quase sempre um preço pequeno a se pagar pelo prazer da companhia; e, no caso específico de hoje, o preço é irrisório. Que venha a saudade, invadindo o silêncio, ressuscitando as sombras de ontem. Vale a pena.

 

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